segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Absolutismo monárquico e mercantilismo

Introdução

A queda do feudalismo e a ascensão da burguesia, grupo social ligado ao comércio, proporcionaram o surgimento dos Estados Nacionais europeus. Os feudos foram unificados em reinos, os quais eram governados por reis.

Os Estados Modernos passaram a ter territórios e fronteiras definidos, as pessoas falavam um idioma em comum e houve a padronização de pesos, medidas e moedas. O governo desse Estado era centralizado na figura dos monarcas (reis) e o poder político não se encontrava mais nas mãos dos senhores feudais.

Os reis adquiriram um poder quase ilimitado (monarquia absolutista), podendo legislar (criar leis e decretos), executar as leis e julgar os conflitos, além de ter sob seu comando um exército permanente e um aparelho burocrático que lhe auxiliava na administração do Estado e na coleta dos impostos.

A política econômica aplicada pelas Monarquias absolutistas é chamada de Mercantilismo, cujas características básicas eram: metalismo, protecionismo, balança comercial favorável e pacto colonial.

  
Definições

Absolutismo monárquico
(séc. XV – XVIII)
Regime político em que os reis possuem o poder absoluto sobre suas nações (concentração de poderes nas mãos dos reis).

Mercantilismo
Conjunto de práticas econômicas dos Estados Absolutistas.
(metalismo, protecionismo, balança comercial favorável, pacto colonial, pirataria)

  


Resumo


Absolutismo:
O absolutismo foi um sistema político e administrativo que prevaleceu nos países da Europa, na época do Antigo Regime (séculos XV ao XVIII). No final da Idade Média (séculos XIV e XV), ocorreu uma forte centralização política nas mãos dos reis. A burguesia comercial ajudou muito neste processo, pois interessava a ela um governo forte e capaz de organizar a sociedade. Portanto, a burguesia forneceu apoio político e financeiro aos reis, que em troca, criaram um sistema administrativo eficiente, unificando moedas e impostos e melhorando a segurança dentro de seus reinos.

Nesta época, o rei concentrava praticamente todos os poderes. Criava leis sem autorização ou aprovação política da sociedade. Criava impostos, taxas e obrigações de acordo com seus interesses econômicos. Agia em assuntos religiosos, chegando, até mesmo, a controlar o clero em algumas regiões.

Todos os luxos e gastos da corte eram mantidos pelos impostos e taxas pagos, principalmente, pela população mais pobre. Esta tinha pouco poder político para exigir ou negociar. Os reis usavam a força e a violência de seus exércitos para reprimir, prender ou até mesmo matar qualquer pessoa que fosse contrária aos interesses ou leis definidas pelos monarcas.
Exemplos de alguns reis deste período :

  • Henrique VIII - Dinastia Tudor : Inglaterra no século XVII
  • Elizabeth I - Dinastia Stuart - rainha da Inglaterra no século XVII
  • Luis XIV - Dinastia dos Bourbons - conhecido como Rei Sol - governou a França entre 1643 e 1715.
  • Fernando e Isabel - governaram a Espanha no século XVI.


Mercantilismo:
O mercantilismo foi política econômica adotada na Europa durante o Antigo Regime. Como já dissemos, o governo absolutista interferia muito na economia dos países. O objetivo principal destes governos era alcançar o máximo possível de desenvolvimento econômico, através do acúmulo de riquezas. Quanto maior a quantidade de riquezas dentro de um reino, maior seria seu prestígio, poder e respeito internacional.

Podemos citar como principais características do sistema econômico mercantilista:

  • Metalismo: o ouro e a prata eram metais que deixavam uma nação muito rica e poderosa, portanto os governantes faziam de tudo para acumular estes metais. Além do comércio externo, que trazia moedas para a economia interna do país, a exploração de territórios conquistados era incentivada neste período. Foi dentro deste contexto histórico, que a Espanha explorou toneladas de ouro das sociedades indígenas da América como, por exemplo, os maias, incas e astecas.
  • Industrialização: o governo estimulava o desenvolvimento de indústrias em seus territórios. Como o produto industrializado era mais caro do que matérias-primas ou gêneros agrícolas, exportar manufaturados era certeza de bons lucros.

  • Balança Comercial Favorável: o esforço era para exportar mais do que importar, desta forma entraria mais moedas do que sairia, deixando o país em boa situação financeira. 

  • Protecionismo Alfandegário: os reis criavam impostos e taxas para evitar ao máximo a entrada de produtos vindos do exterior. Era uma forma de estimular a indústria nacional e também evitar a saída de moedas para outros países.

  • Pacto Colonial: as colônias européias deveriam fazer comércio apenas com suas metrópoles. Era uma garantia de vender caro e comprar barato, obtendo ainda produtos não encontrados na Europa. Dentro deste contexto histórico ocorreu o ciclo econômico do açúcar no Brasil Colonial.

  • Pirataria: A Elizabeth I (Inglaterra) estimulava e financiava as ações de pirataria, chegando a dar um título de nobreza ao pirata Francis Drake.



Teóricos do Absolutismo
Muitos filósofos desta época desenvolveram teorias e chegaram até mesmo a escrever livros defendendo o poder dos monarcas europeus. Abaixo alguns exemplos:
  • Jacques Bossuet: para este filósofo francês o rei era o representante de Deus na Terra. Portanto, todos deveriam obedecê-lo sem contestar suas atitudes. 
  • Nicolau Maquiavel: Escreveu um livro, "O Príncipe",  onde defendia o poder dos reis. De acordo com as idéias deste livro, o governante poderia fazer qualquer coisa em seu território para conseguir a ordem. De acordo com o pensador, o rei poderia usar até mesmo a violência para atingir seus objetivos. É dele a famosa frase: "Os fins justificam os meios."
  • Thomas Hobbes: Este pensador inglês, autor do livro "O Leviatã", defendia a idéia de que o rei salvou a civilização da barbárie e, portanto, através de um contrato social, a população deveria ceder ao Estado todos os poderes.

Um comentário:

  1. O Absolutismo é sem dúvidas resultado de um grande contexto iniciado pelas Cruzadas, o Renascer Comercial e Urbano, a aliança rei e burguesia.

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